terça-feira, 24 de junho de 2014

Missão de Vida

Olá
Eu sou a Nichele e gostaria de compartilhar algo pessoal com você.  Esta foi uma  forma que 
encontrei para  falar de coisas, situações  que são significativas para mim.

Existem dias ruins que tornam a vida quase insuportável...  Não sei  descrever o sentimento.  Na física, talvez se  explicasse como um vácuo quântico, “que seria o espaço no qual aparentemente não existe nada para um observador  qualquer, mas que contém uma  quantidade mínima de energia”.
Eu diria até uma energia estagnada. Eu olhava  para as pessoas e percebia que elas estavam seguindo, vivendo suas vidas e eu sufocada  querendo fazer  parte, mas não tinha forças.

Você já sentiu isso? Estranhamento de si mesma.

Um pergunta  danadinha martelava na  minha  mente.  Qual era  o  propósito da minha vida? O que eu estava fazendo aqui? Em alguns momentos não me sentia pertencendo a lugar nenhum, nem mesmo ao meu corpo, estava sempre tentando me ajustar. Eu sempre ouvi falar que cada um tinha uma missão de vida. Então qual era  afinal minha missão? Eu  ainda  não sabia. Seria possível passar pela vida sem saber as motivações? Talvez, para  algumas  pessoas isso não fizesse sentido ou não tivesse importância. Mas, para mim fazia muita diferença ter acesso a este conhecimento. Eu sentia que faltava uma parte essencial para completar o todo. Era como o ar que precisava para respirar.

Eu queria muito ter um modelo possível de ser seguido e, que pudesse me mostrar um caminho para encontrar algum sentido. Eu tinha de fato uma missão?  Eu queria muito saber.  Então retornei no tempo em busca de alguém conhecido e que tivesse vivido sua missão de vida no cotidiano.
Para isto vou contar uma historinha: quando  criança, eu vi  minha mãe, centenas  de vezes, colocar alimentos em uma sacola e sair despercebida para entregar nas casas das pessoas  que passavam por dificuldades. Em muitas ocasiões  eu  fui com ela. Não eram somente alimentos, eram roupas, doces para as crianças e, logicamente um carinho enorme que distribuía  abundantemente no abraço, no sorriso e muitas vezes nas lágrimas. Ela sempre tinha uma  palavra  de consolo, de que “Deus  sempre dava  um jeito”. E Deus  dava um  jeito  mesmo!  Guiava seus  passos e sua  alma  para esta importante tarefa. Ela voltava de mãos  vazias, mas  o  coração estava cheio  de gratidão. Ela não  falava sobre isso, mas  hoje  compreendo a dimensão daquele gesto. Ela fez isto até nos últimos momentos de sua vida, quando não podia ir pedia para alguém levar. Era como se ainda faltasse algo para completar o seu propósito.

Estou falando sobre a vida de minha mãe porque percebi que ela era o meu modelo, o exemplo vivo, tangível para mim de missão de vida. Ela foi mulher, mãe, avó e chegou a ser bisavó. Viveu uma típica vida familiar de um tempo não tão distante, com dez filhos, marido  e mais  os meus  avós que moravam próximos  sob seus cuidados. Tenho certeza que a vida dela não foi nada fácil, mas nunca a vi parar  no meio do caminho, ao contrário, parecia que nos momentos de turbulência a força vinha de sua missão. Ir ao mundo existencial e material do outro a mantinha equilibrada. Ela não fazia isto só porque era bondosa, mas também porque fazia bem a sua alma.

Olhando para vida de minha mãe, pude compreender que eu estava vivendo minha missão e não tinha percebido porque estava focada na ideia de uma missão de vida grandiosa como, Madre Tereza, Gandhi, Mandela, Zilda Arns, entre outros. Minha mente foi se abrindo para esta nova descoberta. E logo depois, acho que não por acaso, eu li uma frase em um artigo que dizia que: “o propósito  é construir uma vida que gostaríamos de viver. Isso inclui o autoconhecimento, uma maturidade  emocional”. Caiu a ficha porque eu me identifiquei com este pensamento. Para outros a missão pode consistir em: ser um grande músico ou artista, ser um atleta, ser um escritor, construir uma rede de solidariedade, ser um profissional de saúde e ajudar os outros ou somente casar,  ter filhos, ser um cuidador, defensor dos animais, ensinar, etc.
A missão de ser mãe não é uma tarefa simples, requer conhecimento, autoconhecimento, maturidade emocional, intelectual  para ter paciência na  potência  mais elevada, dedicação  exclusiva, disponibilidade, amor   quase incondicional, além da energia para dar conta de tudo mais. E mais um monte de situações que aparecem de surpresa... Quem é mãe ou pai sabe do  que eu estou falando. Só esta missão, eu acho que já vale por uma vida. Mas, eu também tenho certeza que filho é tudo de bom! Esta causa eu estou cumprindo inteiramente sem ressalvas!

 Penso que a missão de vida é do tamanho do meu espaço existencial. Única, singular e adaptável para cada pessoa que a vive. Existe até uma frase que diz: “Deus não dá uma cruz maior do que podemos carregar”. Eu acredito nisso.
Minha mãe, eu tenho certeza que, tocou e transformou a vida de muitas pessoas. Eu também posso tocar e transformar, a minha vida e a vida de outras pessoas com pequenos gestos de carinho, de amor e gratidão!

Se eu posso - você também pode!

Apesar dessa conversa estar demasiada longa, e peço desculpa pela paciência se você chegou até aqui. Mas, ainda quero dizer que, apesar de ter caído à ficha para a minha a missão de vida, eu não me livrei do estranhamento, do vazio, do sufoco e tantos outros sentimentos que vem junto, mas diminuiu a intensidade. Toda vez que me sinto perdida, abandonada, penso se naquele dia eu fiz algo para tocar ou transformar a vida de alguém ou a minha vida... E aí, parece uma mágica o ar flui naturalmente e o coração desacelera... O vácuo se enche de energia e a vida parece ganhar cor!

Qual é o propósito de sua vida?
 O que você está construindo no percurso de sua caminhada?
Qual é a sua razão de existir?
 O que na sua vida está incompleto? 
O que faz bem a tua alma?

Eu me importo! E você?

Já passou por algo semelhante?

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Um me importo

Tudo aqui é minha verdade, aquilo que acredito!

 “Toda vida é uma missão secreta...”.  Clarice Lispector

 “Nossa maior missão nessa viagem pelo planeta é ser felizes e criar oportunidade para que os outros também sejam”.  Roberto Shinyashiki

2 comentários:

  1. Que belo exemplo de mãe você teve! Eu não tive uma mãe presente que pudesse me orgulhar assim... Hoje estou tateando como se caminhasse no escuro, mas queria que meus dois filhos um dia tivessem orgulho de mim. Parabéns pela bela experiência.

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    1. Obrigada Ana Mara pela visita e por compartilhar este sentimento. Eu acredito que podemos iluminar nosso caminho com nosso "desejo" de querer fazer diferente.
      Para mim a luz vem de dentro para fora. Quando dependo da luz externa corro o risco de não tê-la quando mais precisar.
      Dê vida a sua luz interior e deixe ela se expandir até seus filhos. Tenha certeza que eles notarão a diferença porque você estará ILUMINADA! Parabéns a você por quer mudar!
      Volte sempre!
      Um beijo

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