terça-feira, 24 de junho de 2014

Como me Livrei da Culpa

Olá
Eu sou a Nichele e gostaria de compartilhar algo pessoal com você, uma confidência. Esta foi uma forma que encontrei de falar sobre situações, momentos, sentimentos, emoções que são importantes para mim.

Como me livrei do sentimento de “culpa”

Eu acredito que falar faz bem. Eu gosto de compartilhar momentos. Também porque você  pode em alguma situação se  identificar.Talvez você tenha um jeito diferente de lidar com a mesma situação e eu vou adorar saber, se você quiser falar.

Eu tenho o que nomeio de “porão” dentro de mim onde deposito as situações que não consigo lidar. No meu porão têm de tudo, pedaços de memórias, fragmentos de mágoas, recortes de sonhos não vividos, um restinho de amor ressequido e medos aos montes. Encontrei muitas decepções ainda vivas e etc.
Abri lentamente uma gaveta funda e visualizei uma quantidade absurda e significativa de culpas. Acredite todas me pertenciam! Culpas infantis, adolescentes e adultas.

Ali estavam vários tipos de culpa que senti e vivi ao longo da minha vida. Umas por falta de cuidado, outras por excesso. Culpa por falta de coragem, por falta de amor, por impaciência. Culpa por não saber lidar com as  minhas dificuldades;  culpa por não ter compreendido. Culpa por não ter avaliado melhor uma situação. Por não ter lutado até o fim ou por não ter desistido enquanto havia tempo. Culpa por exigir de mais ou de menos. Culpa por eu não ter correspondido as expectativas. Culpa por não ter sido perfeita e onipresente. Culpa por ter sentido raiva, medo, decepção, frustração. Culpa por ter ousado fazer  diferente. Culpa por  não ter sido uma filha, uma irmã, uma amiga, uma mulher, uma profissional e uma  mãe melhor.  

Eram culpas miúdas e outras avantajadas. Umas muito doloridas. Tinha culpa que já tinha criado raízes. Outras deixaram cicatrizes que nem uma plástica seria capaz de retirar. Até culpa tolinha e outras insustentáveis. Todas guardadas em mim.

Nem sempre tive consciência porque em muitas vezes a culpa se disfarçava em medo, vergonha, remorso e outras formas. Confesso que já passei por momentos assustadores... Não é fácil reconhecer de imediato um sentimento de culpa porque às vezes a razão justifica o momento.

Após algum tempo, analisei algumas daquelas culpas e percebi que diante das circunstâncias em que vivi eu não poderia ter feito diferente... Somente hoje eu sei disto. Aprendi muito com os medos, as frustrações, carências, com as faltas e os excessos, com a dor e tudo que vem junto com o sentimento de culpa. Percebi que as cicatrizes me fortaleceram... 

Sai do porão e fechei a porta! Deixei o passado em alguma esquina e me fiz presente na vida das pessoas que amo! Este foi o meu jeito! Acredito que cada pessoa tem um jeito diferente!

Você já passou por algo semelhante?



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Vou adorar saber!

Eu me importo!

Tudo aqui é a minha verdade, aquilo que acredito


16 comentários:

  1. Eu me identifiquei com o que tu falas. Eu já senti e ainda sinto muita culpa por muitas coisas. Uma delas é porque não estava presente quando minha mãe morreu. Fico pensando que poderia ter ajudado, não evitado porque não sou Deus, mas eu não podia estar lá com ela. Isso fica na gente

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    1. Bacana teu depoimento e tua compreensão de que não poderias ter evitado. Muitas de nossas culpas penso que são fantasmas criadas por nossa inseguranças, medos, etc., Somos humanos e como tal sempre aprendendo..
      Obrigada
      Um beijo

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  2. Em resumo,amiga,culpa por sermos,meramente,humanos... Cheguei,talvez tardiamente,à conclusão de que não existe razão que justifique a culpa,pois fazemos,a cada instante,o que de melhor podemos fazer. Eu também possuo esse porão,que apenas nomeio de forma diferente da tua. É o meu lado obscuro... Eu o visito muitas vezes,mas nem sempre encontro a coragem necessária para fazê-lo. E ele é desconhecido da maioria das pessoas que me rodeiam. Não gostariam dele,fingiriam que ele não existe... E eu não aceitaria esse descaso,porque ele é uma parte importante de mim. Por isso,eu o mantenho cuidadosamente fechado nos meus escaninhos existenciais,e o mostro apenas a pessoas especiais...

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    1. Sou grata pela tua receptividade e por compartilhar. Um beijão

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  3. Nossa Nichele, que espetáculo!me deu muito o que pensar....obrigada por compartilhar.

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    1. Querida, agradeço do fundo do meu coração por tua receptividade. Eu gosto de falar de sentimentos que muitas vezes não temos coragem para falar e por isso sofremos silenciosamente... É tão bom quando encontramos alguém que entende o que estamos sentindo e ou passando naquele momento. Eu resolvi escrever e estou maravilhada porque muitas pessoas estão compartilhando momentos, situações semelhantes. Eu sei que isto faz um bem danado!
      Que bom que te levei a pensar... isso já é um caminho!
      Um beijo carinho! Fique bem.

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  4. Nichele como indentifiquei com as culpas e com certeza me ajudou a identificar as minhas culpas e deixar no passado para viver melhor o presente.
    Bjs

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  5. Sentimento de culpa, nada pior para acabar com sua vida. Em primeiro lugar, vc deve se analisar, para saber o motivo deste sentimento ter se enraizado tanto em vc. Depois, estude sem traumas, até entender os motivos seus e de quem está junto á vc. Procure entender o porque deste sentimento.
    Depois de bem trabalhado, livre-se dele, e viva com muito amor.

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  6. Querida Nichele
    Parece que é impossível não errar e nossos erros ou desacertos nos geram culpa, o que nos deixa mal conosco. Sempre digo que se pudesse refazer o caminho com o que sei hoje teria feito diferente. Mas nada me garante também que teria acertado em tudo. Sobretudo com meu filho acho que teria errado menos. Com todas as dificuldades que ele tem pela doença psiquiátrica, hoje penso que com mais firmeza, mais limites e sem tanta ansiedade eu o teria ajudado mais. O porão das culpas é assustador e sombrio. Pensar que se podia ter mudado a vida de alguém e não te- lo feito gera uma grande frustração e sentimento de incompetência. Mas somos assim, frágeis, falíveis, é difícil nos perdoarmos, mas seria muito bom para seguir em frente. Carregar culpas torna a jornada mais pesada e não ajuda em nada. De tanta ansiedade desenvolvi uma arritmia que me incomoda bastante. Aprender com humildade que não vamos conseguir acertar sempre talvez ajude mais. A vida nos dá muitos testes, passamos bem em uns, noutros nem tanto.
    É bom poder contar com amigos e falar com pessoas e suas experiências de coração aberto. Eu sei o quanto você quis acertar.

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    1. Sou grata pela tua receptividade e por compartilhar teus sentimentos. Um beijo

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    2. Querida, agradeço do fundo do meu coração por tua receptividade ao meu e-mail. Sim, não existe um manual para nos guiarmos. Nossos agendamentos e auto agendamentos começam muito cedo e a culpa se instala facilmente. Eu gosto de pensar e até mesmo acredito que, o importante é você
      conseguir identificar, compreender que pode fazer diferente agora! Eu tento sempre! A Terapia ajuda muito, mas sei de muitas pessoas que não tem acesso, por isso resolvi escrever na primeira pessoa. Eu mais do que ninguém conheço minhas cicatrizes! Eu resolvi escrever e estou maravilhada porque muitas pessoas estão compartilhando momentos, situações
      semelhantes. Eu sei que isto faz um bem danado!
      Obrigada pelo carinho!
      Um beijo

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  7. Nada acontece por acaso. obrigado por esta mensagem

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